Os Hooligans no Clássico das Multidões.

Confesso que estou começando a ficar nervoso com esse jogo de sábado. O cara escuta a resenha no rádio, lê os jornais, assiste à TV e ouve, nas ruas, a torcida dizendo: “Pitbull vai estraçaiá a coisa. Au, au, au, au”.
Sábado será o teste de fogo para Eutrópio e para a torcida tricolor. O treino fechado mostra que é preciso ter a cabeça no lugar e acertar alguns pontos: espaços na defesa, conexão do meio de campo com o ataque e ir além da bola parada na hora de atacar.
Apostaram no argentino Parra e em Júlio César (que é meu aluno no curso de Direito). Espero que os dois mostrem serviço quando entrarem em campo nos próximos jogos.
Mas esse sábado é o dia do Clássico das Multidões. O dia em que o sujeito acorda eletrizado, só pensando na hora de entrar em campo e celebrar com a torcida. O zap explode de mensagens dos dois lados – a gozação sadia é fundamental para manter o espírito do futebol brasileiro.
Sábado é dia de marchar para o Arruda confiante em nossos guerreiros. Dia de lotar o Mundão e celebrar essa paixão no mês de nosso aniversário. Dia de ser feliz, comungar com a essência desse esporte maravilhoso e dessa torcida alucinada. Dia de tomar uma em Abílio, comer o cachorro-quente da arquibancada e acompanhar, com os nervos à flor da pele, o jogo também pelo rádio.
Uma pena que muitos torcedores ainda insistam em transformar essa festa tão linda num campo de batalha. Já escrevi aqui – na crônica “Meu dia de Mancuso” – que levei uma baita carreira da torcida dos coisados. Um amigo que torce pela leoa já foi espancado por torcedores do Santa Cruz só porque estava com a camisa do time adversário e entrou numa rua tomada por tricolores.
Uma tristeza a permanência desse clima medieval. Sempre fui a favor das torcidas organizadas. Essas surgiram para enaltecer a paixão do torcedor por seu clube. Elas embelezam a festa nos estádios, dão identidade ao time e calor na comemoração de um gol.
Mas os baderneiros confundem tudo. Os Holligans PE querem transformar essa festa em um inferno. Creio que seria muito salutar adotar a postura que o governo da Inglaterra tomou em relação a esse problema: tipificar essas ações como crime e punir de maneira severa, monitorar os arruaceiros e banir dos estádios aqueles que não querem amar, mas sim, lutar.
Futebol é lugar do amor, da paixão e da alegria. Por isso, acredito que seria também importante iniciar um trabalho de ação social para reeducar esses torcedores. No fundo, a paixão pelo time ainda está lá. E é essa que deve existir e ser glorificada.
Inegável que todo torcedor que for ao Arruda nesse sábado terá um pouco de receio da violência. Minha esposa sempre pede para, no Clássico das Multidões, eu ir sem a camisa do Santinha. Uma pena esse medo, essa invasão de nossa liberdade. Nós que queremos apenas torcer.
Resta torcer para que o esquema policial esteja bem montado e que o Estado faça sua parte. E que a festa, e apenas essa, seja a realidade desse sábado.
Paz nos estádios. Paz nos corações.
Futebol é amor. E Clássico, meus amigos, é Clássico. Tem que respeitar.

23 respostas para “Os Hooligans no Clássico das Multidões.”

  1. Parabéns ao autor. Falou sem ideologia. Precisamos unir os presidentes das torcidas organizadas pra eles serem amigos pro bem do futebol e de todos nós. Imaginemos essas torcidas juntas indo a um asilo, a um orfanato, a uma creche ou outras instituições para realizar ações beneficentes. Independentemente do resultado da partida o que prevaleceria é a amizade e as gozações sadias. Viva o futebol, viva aos amigos Tricolores, rubro-negros e alvirrubros!

    1. Concordo Trump.

      Se esses caras (“chefes” das organizadas) entrassem em acordo, banindo os arruaceiros, seria a glória do futebol.

      Poderia começar por Pernambuco. Mas…..

      Não vou, prefiro o Mercado da Boa Vista, até final de carnaval.

      Por enquanto, bebendo….

      Ô LAPA !!!!

  2. OTIMO REFOÇO
    24 min
    Daniel Lima‏ @Daniel_sal94
    Santa Cruz pagou ao elenco a folha salarial, que venceu no dia 15 de fevereiro, do mês de janeiro. Jogadores em dia antes de pegar o Sport.

  3. Tricolores, já somos acostumados em bater e dar lapada nessa cadela de peruca de mãos amarradas(diferença das cotas), imagine se elas não tivesse? tomara que nossa supremacia na década se concretize. Ansioso para o clássico.

    O Nordeste é meu país, minha seleção é o Santa!

  4. vamos ao arruda..sem desculpas,vamos apoiar..salario ta em dia , é pe na cara e dedo no cu de rubro negro !!!!!!!! triiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii tricolor !!!!!

  5. Ainda não me empolguei com o futebol apresentado pelo Santa este ano, apesar dos bons resultados e reconhecer qualidade em algumas peças. Mas não restam dúvidas que esse jogo contra a coisa vai ser o melhor teste até agora, e dará a medida do que poderá ser e o que poderá evoluir esse time daí pra frente. A coisa é melhor qualificada, tanto o time, quanto os reservas. Tomara me empolgar depois desse jogo.

    1. Concordo Antonio, fiquei preocupado com as declarações de alguns jogadores considerando que o time tá “encaixado”.

      Pra mim ainda tá um pouquinho distante ainda e a boa vitória no último jogo contra um fraco tme reserva e um jogador a mais não pode servir de parâmetro.

      Acredito que nesse final de semana teremos uma amostragem melhor do que almejamos no curto prazo.

  6. A curto prazo, não vejo outra solução que não seja o JOGO DE TORCIDA ÚNICA.
    Milhares de torcedores deixaram de ir aos clássicos por medo da violência.
    Outros milhares deixaram de levar filhos e mulheres aos clássicos.
    A matemática das diretorias é burra: preferem os ingressos de estudantes dos baderneiros visitantes do que os ingressos de arquibancada das famílias que deixam de ir.

    Sigam o exemplo de São Paulo e façam os clássicos com torcida única, e terão rendas e públicos melhores. Sem falar na redução da violência!!!!!!

    SAUDAÇÕES TRICOLORES!!!!

  7. Também acho que o jogadorzinho da coisa ruim está INCITANDO A VIOLÊNCIA. E o que é pior, sempre sobra para outras pessoas que não têm nada a ver com isso. Espancamentos em paradas de ônibus, depredações, brigas de facções de organizadas.

    Esse dito jogador, além de tudo é burro. Pais de família, crianças e mulheres cada vez se afastam mais dos estádios.

    A imprensa CÍNICA de PE, que agora está fazendo questão de colocar os holofotes num inconsequente que quer se promover às custas do Santa Cruz, depois irá achar um absurdo as cenas de violência nas ruas e nos estádios. É de causar nojo o CINISMO e SUBSERVIÊNCIA da impren$a para com a diretoria da coisa, que tem interesse que seu jogador esteja nas manchetes.

    MANCHETES a qualquer custo, mesmo que esse custo sejam vidas humanas. O exemplo do final de semana passado no Rio de Janeiro em Fla x Bota parece que não aconteceu no mesmo país.

    1. E que Alírio NÃO PERMITA COISENTOS NAS CADEIRAS. Use a reciprocidade de tratamento, presidente! Senão vai ser briga certa e a punição não vai ser a mesma moleza da pena dada à barbie. Pro Santa espere sempre mais de 3 jogos longe de casa.

  8. Sempre curti desde pequeno esse clima pré clássico com provocações de jogadores, torcedores. Desde que OBVIAMENTE fique aenas nas provocações verbais!

    Uma pena que por causa de um bando de mente fraca que já vão pensando em agressão física o clima do clássico vai aos poucos ficando cada vez mais pasteurizado “padrão fifa” entre 0s jogadores e muitas famílias deixam de frequentar o estádio!

  9. Estamos fora do G-20 na TIMEMANIA. Pessola precisamos lembrar na hora de fazer alguma outra aposta ou pagar uma conta na lotérica fazer uns joquinhos na Timemania.

  10. O time é macho. Com 10 e com o juiz roubando adoidado (é filho, e ele e o pai sempre prejudicaram o Santa e beneficiaram a coisa ruim do mangue), não se abateu e encarou. Vamos ganhar esse campeonato. E a bonequinha rubro-negra que fez tudo para criar um clima de guerra (e conseguiu. Me pergunto se isso não devia ser objeto de análise para punição) ficou se escondendo atrás dos …. dele e terminou substituído (deve fazer a alegria dos mais velhos no vestiário, lisinho que é).
    Agora, pelo jeito da arbitragem, acho que a FPF está querendo evitar que o Santa seja hegemônico nessa década.
    Para quem formou um clube do nada, com uma folha menor do que o salário de um dos caros jogadores das bonecas do mangue, estamos indo além do que esperávamos. Superação é o nome, e isso é essencial.

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