Mais uma lambança.

A incompetência do ProSanta é tão gigantesca que nem preparar o Arruda para receber a estreia do clube no Campeonato Pernambucano conseguiram fazer. A ansiedade da torcida estava nas alturas e parecia que iríamos matar a saudade de acompanhar um jogo em campo.

A FPF, em um laudo técnico, interditou a partida contra o Afogados e frustrou a torcida coral. Para piorar as coisas, Joaquim Bezerra aparece nas redes sociais dizendo que a culpa não foi de ninguém. Como assim, cara pálida? Já se passaram terríveis 11 meses dessa direção desastrosa e não reconhecem que não possuem nem a capacidade mínima para manter o estádio? Que diabos de patrimonial é essa?

Depois o discurso mudou e colocaram a culpa na PM, em questões políticas e em Evandro Carvalho. É inacreditável. Por que não organizaram o Arruda seguindo os critérios técnicos exigidos pela FPF antes?

Em dezembro do ano passado, Joaquim Bezerra deu uma entrevista ao JC  onde afirmou categoricamente que ele não é culpado pela crise atual do Santa Cruz, pois, em suas palavras, essa crise já vem de 2016. Esse papo já deu. O ProSanta virou motivo de chacota nas redes sociais. Estão chamando essa galera de ProLusa. Seria engraçado se não fosse trágico.

Era a campanha de Frutuoso, depois colocaram Joaquim que tirou folga e chamou Romerito, Mirinda e ALN. Contrataram Fabiano Melo que não fez nada e agora acionou o clube na justiça pedindo 121 mil reais referentes a atrasos de salários, FGTS, 13º salário, férias proporcionais e multa rescisória.

O ProSanta nunca é culpado de nada nas palavras deles mesmos. Não conseguem pedir desculpas à torcida. E, o que seria a melhor coisa do mundo: pedir para sair.

E futebol que é bom? Nada. Nem ir para a porra de uma estreia a torcida consegue. É frustrante demais ter que conviver com essa galera dentro do Santinha.

Já estava me imaginando em Abílio, comendo o melhor cachorro-quente do mundo, tomando umas cervejas e conhecendo, enfim, o nosso elenco. Fica para fevereiro.

Sábado que vem tem o Caruaru City. Espero que o ônibus do clube consiga levar os atletas pelos 130 km de estrada. Não é possível que não consigam fazer uma coisa simples dessas. Mas com esse pessoal não se assuste com nada. É lambança demais para uma gestão só.

Se houver jogo, acompanharei pela internet. Não poderei viajar esse final de semana. Mas vou preparar o tira-gosto, gelar umas cervas, colocar a camisa tricolor coral e torcer com a mesma paixão de sempre.

Salve meu Santinha e #foraprosanta!

PE 2022.

Depois de passar o Natal e o Ano Novo de cama por causa da desgraçada da Influenza – de longe foi a gripe mais violenta que tive na vida – decidi passar dez dias bebendo feito um louco. Agora, ainda de férias e dando um descanso rápido para o fígado e para os nervos, vamos voltar a pensar em futebol.

O Santinha foi eliminado na Copinha em SP. Anchieta Thorp, diretor geral da base, elogiou os meninos e disse que saíram de cabeça erguida e que continuará com o planejamento para alicerçar o nosso clube. Apostar na base é um caminho seguro e inteligente para qualquer time que se preze. Torço para que esse esforço seja contínuo e possamos ter gratas surpresas no futuro.

Já no profissional, o Campeonato Pernambucano começa dia 22. Vou torcer, evidentemente, para o Íbis. O Capibaribe que se cuide. Serei, também, Sete de Setembro desde criancinha contra o Do Recife.

Entretanto, o jogo mais aguardado, o embate que o coração se agita de ansiedade será no dia 24 desse mês. O Santa Cruz enfrentará o Afogados no Arruda às 20h30. É isso mesmo: no Arruda. E com torcida.

Depois de dois anos sem pisar nas arquibancadas do Mundão, a torcida coral terá o prazer de retornar à sua segunda casa. Não falto esse jogo nem com a porra. Pensando bem, foi até bom já ter sido infectado por essa gripe maldita. Imunidade lá em cima e muita vontade de voltar a acompanhar um jogo do Mais Querido ao vivo.

Espero que a torcida não decepcione, pois ela, e apenas ela, pode nos salvar. Irei cumprir o ritual de sempre antes do jogo: tomar umas em Abílio antes da partida começar, comer o melhor cachorro-quente do mundo, comprar uma porrada de fichas de cerveja, escutar a resenha e me emocionar quando o time entrar em campo.

Isso é uma mistura de obsessão, paixão, maluquice e história. Espero que meus amigos – Pietro, Lampi,Samarone, Gerrá e Lucas – tenham coragem de ir a campo. Juninho, Marc e Jerry estarão lá com certeza absoluta. Assistir ao jogo acompanhado dos amigos é muito mais interessante: tem a greia, a análise da partida, os comentários malucos e, quando é gol do Santinha, uma loucura magistral que emociona de uma maneira única.

E, após a partida, mais cerveja. Como sou um otimista nato, aposto na nossa vitória: 2 x 0 e com direito a gol de Walter, mesmo sendo cevado no biscoito Treloso e na cerveja Brahma.

Dia 24 é dia de celebrarmos, mais uma vez, nosso amor pelo Santa Cruz. A viagem desse jogo é que, creio eu, a torcida não sabe direito quem é quem. Ainda não tive notícias de um suposto jogo treino que o time faria contra o sub-20. Essa foi uma das pré-temporadas mais mal organizadas que já vimos por aqui. Eita que o ProSanta não erra uma quando o assunto é errar.

Mas vamos que vamos. Estou com saúde, disposto, otimista e ansioso que só a porra para voltar ao Arruda.

Vamos nessa, meu povo! E salve o Santinha!

Minha cobra.

A Troça Carnavalesca Mista Ofídica Erótica e Etílica Minha Cobra colocou à venda sua camisa do Carnaval 2022. Na verdade, um Carnaval que será reservado à elite em lugares fechados – coisas da pandemia e de nossa eterna lutas de classes.

O petardo erótico ofídico custa R$ 60,00, inclusa a entrega para Recife, Olinda e Jaboatão e pode ser adquirida com Gerrá ou Esequias. O contato de Gerrá é 99976.8985 no Zap e @gerralima no Instagram. O de Esequias é 99917.3959 no Zap e @esequiaspierre no Instagram. Após as festas de final de ano, irei adquirir a minha. Fala lá com os caras e garante já a tua.

O mais lindo dessa camisa é a homenagem às mulheres corais. Todo ano os caras surpreendem com uma arte arretada demais. Já foram diversas homenagens, mas essa é muito especial. Se o bloco não vai contagiar a multidão nas ladeiras de Olinda, ao menos vou tomar umas em Seu Sebastião no Pátio da Santa Cruz vestindo essa belezura. Naná ficaria feliz demais em ver essa camisa, tenho certeza.

Enquanto isso, na terra do futebol brasilis, a notícia que mais corre por aí foi a compra do Cruzeiro por Ronaldo Fenômeno e a iminência da compra do Botafogo por um investidor da Premier League. Esse papo de clube de futebol virar SAF (Sociedade Anônima de Futebol) parece a maior solução de todos os tempos para todos os problemas futebolísticos do mundo. Entretanto, me lembra muito aquela prática neoliberal de devastar as instituições públicas, acusá-las de ineficiência e privatizar por uma mixaria.

Clube de futebol é patrimônio do povo. Na lei recente sobre SAF, no Brasil, uma das poucas cláusulas para manter a tradição é a manutenção das cores, nome e escudo do time. O resto é empresa privada. O que a torcida poderá fazer contra uma empresa privada? Nada. Daí que o verdadeiro papel das torcidas organizadas – para além da violência estúpida que possui outras causas (depois falamos disso em outra postagem) – é fiscalizar a administração de seu clube do coração.

Por isso não creio que a SAF seja a única e infalível solução. Outros clubes SAF se fuderam. Comecei a pensar que a torcida deveria cobrar e pressionar também o conselho deliberativo. A presidência é um estágio dentro dessa cadeia e não é o único. Temos o direito de exigir ações concretas, transparência e pertencimento ao Mais Querido. O conselho, faz tempo, parece uma cambada de mortos. Porra, acordem! Estamos falando do Santa Cruz, caralho!

Assim como na vida política, a ação da torcida não pode se resumir a eleger sua presidência. Como disse antes, a Inferno, Minha Cobra, organizações de sócios e a torcida em geral devem ter o poder de interferir de maneira democrática na vida de seu clube em todas as esferas que forem possíveis.

Temos a obrigação histórica de interferir no ressurgimento do Santinha. Um chamado que deve atingir toda e todo tricolor que realmente ama o Santa Cruz e sabe de sua importância em nossas vidas. Sempre com racionalidade, determinação e vontade. Sem vontade, nada muda.

Por fim, dia 24 de janeiro de 2022 estarei no Arruda na abertura do Pernambucano contra o Afogados. Vai ser muita emoção voltar ao Mundão. De Kléver a Matheuzinho, com a exceção de Walter, muito possivelmente teremos que, aos poucos, ir aprendendo que time será esse. Mas otimismo sempre: coisas de tricolor coral das bandas do Arruda.

Salve meu Santinha e Minha Cobra!

Derrotismo nem com a porra!

A lista de incompetência do ProSanta – ou será Joaquim ou será ALN – é imensa: a fachada só teve a reforma na parte da Volt; a manutenção do estádio fica por conta da torcida; a promessa de um elenco de qualidade foi por água abaixo; o planejamento para aumentar o número de sócios foi uma alucinação que parecia que seríamos um Barcelona da vida; o estatuto daria profissionalização administrativa ao clube; estaríamos, agora, na Série B; os salários deveriam estar em dia; o ônibus era para estar mais lindo do que desfile do Galo e, por fim, teríamos transparência contábil e um marketing arretado.

Nada disso se confirmou. A torcida foi ludibriada pelo IPC e pelo ProSanta e agora amargamos, mais uma vez, o fundo do poço. Mas já estivemos aqui antes. Lembrei-me, lendo muita gente dizendo nas redes sociais que o Santinha vai acabar em 2023, de uma cena do extinto seriado Two and a Half Men. O irmão pobre, Alan Harper, acaba de sair de um divórcio em que perde tudo: apartamento, dignidade e amor próprio. Para completar, o caba ainda tem que pagar uma grana monstruosa para a ex-esposa. Ele fica arrasado e entra em depressão profunda.

Ele passa alguns dias apenas deitado na cama no escuro. A família tenta reanimá-lo para a vida e nada. Apenas escuridão, solidão e desespero. Então chega sua mãe, Evelyn Harper. Ela olha o filho naquele estado de miséria e solta essa: “Oh, Alan, você precisa reagir. Pense comigo: você pode afundar ainda mais? Não. Você já está no fundo do poço, não tem mais aonde ir. Só pode subir. Simples assim”.

Essa tomada de consciência de que já se está no fundo do poço é paradigmática. Alan Harper bate a poeira e sai do quarto. A vida segue, por mais fudida que seja a situação. Para quem acredita em vida após a morte, até solução para a danada tem.

Por isso que não comungo com esse espírito derrotista que está assolando boa parte da torcida coral. Estamos no fundo do poço, é fato. Acabou-se tudo? Nem com a porra. Sabe por quê? Porque temos uma torcida arretada demais e é ela, e apenas ela, quem vai devolver nosso lugar ao Sol.

Se fizerem tanta lambança que o clube nem consiga permanecer na Série D e no A1 do Pernambucano – e isso pensando no pior dos cenários – não tenho dúvidas que essa torcida invade as dependências do Arruda e toma o poder na marra. Revolução mesmo, bem ao estilo Fred Hampton: revolution is the only solution! (A revolução é a única solução!).

Vai com esse derrotismo pra lá. Eu sou tricolor coral das bandas do Arruda e não desisto nunca. Em um mundo apocalíptico, nossa torcida se organiza de verdade e toma tudo. Aí teremos, enfim, uma administração do povo e para o povo. Sim, digo povo porque o Santa Cruz Futebol Clube nasceu e viverá sempre a partir e pelo povo.

Somos povão, caralho! Se esses crápulas sugadores do nosso sangue, esses incompetentes que drenam nossa riqueza com uma facilidade assombrosa acham que podem enterrar o que é Imortal, sinto muito, mas estão absolutamente enganados.

Eu quero ver a Inferno Coral, Minha Cobra, associações de torcedores corais e a porra toda se organizando para dizer um basta em tanta filhadaputagem! Organização popular é a chave. Quando o povo quer, sai de baixo porque é atropelo. Basta querer. Pois é, revolution is the only solution!

E viva sempre o meu Santinha Imortal!

Capital tricolor.

O Santa Cruz possui três grandes patrimônios: o Arruda, sua História e a torcida. O último é quase um caso psiquiátrico. No dia 04 de dezembro, a loja da Volt foi inaugurada. Deu gente que só a porra. Foi uma festa arretada. E o mais incrível: mesmo com o time sem jogar, ainda tentando arrumar a casa para 2022, essa torcida apaixonada foi lá e comprou mil camisas em 24 horas. É muita maluquice.

Esse é um capital que o Santinha precisa saber usar a seu favor. Recentemente acompanhei a entrevista do advogado Cláudio Pracownik. Ele é sócio e diretor executivo do Brasil Prural Banco Múltiplo S.A. O caba é especializado em finanças esportivas e sua empresa atua no ramo. Sabe qual seu maior feito? Ele foi alçado à condição de vice-presidente de Finanças do Flamengo. Sabe o resultado? Nem precisa dizer. O Flamengo saiu de um caos terrível para um clube competitivo, que chama a torcida e briga no futebol.

O ProSanta ensaiou esse papo de clube empresa. A diferença é que Pracownik soube usar o capital humano do Flamengo – funcionários, atletas e principalmente a torcida – alinhado com o capital financeiro. Atraiu uma porrada de investimentos para o clube que conseguiu se soerguer. Mas ele foi bem claro: não é uma tarefa que vai ser feita de um dia para o outro. É preciso mudar a “ecologia do futebol”. Precisamos de uma empresa desse naipe e urgentemente.

Para se ter uma ideia do poder de nossa torcida e de seu potencial como fonte segura para reerguer o Mais Querido, basta ver como, em pouco tempo, a Volt já aportou um capital de 1,5 milhão de reais. É o que se chama de combustível financeiro. E quem impulsionou isso? Um marketing bem feito e uma torcida insanamente apaixonada.

Enquanto isso, seguimos contratando. O executivo do Santa Cruz informou que teremos um elenco pronto em 2022. De boa, só acredito vendo. Tem muita gente nova que não conheço, tenho que admitir. Segundo especialistas, a média de altura dos jogadores é alta e as idades mesclam muita gente nova com uma galera mais experiente – o que, creio, é essencial para obtermos sucesso.

É preciso compreendermos, em definitivo, que gerir um clube de futebol necessita de expertise administrativa em todas as áreas de sua existência. Usar esses três patrimônios citados como capital a favor de nós mesmos é algo que parece tão básico que beira a estupidez não usá-lo.

Bastou uma arrumadinha na fachada da sede e a torcida já fica toda orgulhosa. Puta que pariu, temos que usar essa paixão para que o Santinha volte a ser o clube grande que está em sua vocação original. Essa é nossa dimensão mais atávica.

Saber articular o mercado futebolístico com nossa História, o Mundão do Arruda e essa torcida enlouquecida de paixão é algo que nos parece quase natural de ser usado a nosso favor.

O que precisa? Algo que sempre falei aqui: racionalidade, inteligência, amor ao Santinha, expertise e vontade, muita vontade de entrar para a história desse clube como “aqueles que nos devolveram o orgulho”. Não é pouca coisa não. Foda é ficar conhecido como “os piores de todos os tempos”.

Salve meu Santinha sempre!

Só coisa boa.

Prometi a mim mesmo que, até o retorno do Campeonato Pernambuco, não vou mais comentar as lambanças de “vocês sabem quem” por aqui. Vou tentar – juro que vou tentar – só falar de coisas boas. E isso deve ser uma tarefa quase impossível, para lá de ingrata diante de nossa realidade. Mas vamos lá.

A primeira e mais maravilhosa notícia boa do ano é que nasceu, em novembro, o filho de Samarone e Aura. O mais novo e pequeno tricolor coral das bandas do Arruda se chama Samir. O nome possui origem árabe ou sânscrita– na Bíblia é o filho de Mica e neto de Uziel –  e pode significar “vigoroso”, “animado”, “vivaz” ou “brisa de verão”. Que essa nova vida possa trazer bons fluídos cósmicos para o Santa Cruz. Que uma brisa vigorosa de alegria – essa mesma que invadiu o casal e a todos os amigos e amigas – possa chegar até o Mais Querido como um refrigério de novos tempos. Salve Samir!

A outra notícia que deixou a torcida coral para lá de feliz foi o rebaixamento antecipado do Do Recife. A Coisa se lascou todinha e vai amargar longos anos na Série B – isso se não cair para a C como todos  nós torceremos – o que é bom demais. A greia nas redes sociais e no zap é para se lascar. Não adianta dizer “mas és D”. Oxe, meu filho, se lasca pra lá. Se liga não. E a gargalhada é incontornável.

Bom também saber que a Greenleaf está retornando para tomar conta do gramado mais do que surrado do Mundão. O bichinho precisa de um cuidado arretado. A galera já está se mobilizando para limpar e pintar todas as dependências do estádio. Vai até ter mobilização geral nesse sábado, dia 04, às 09 horas, para ajudar nessa tarefa. Haja trabalho. Dia 04 tem a inauguração da loja, jogo das crianças e acesso ao gramado a partir das 12 horas.

A Volt será a nossa parceira de produtos do Santa Cruz. Mal lançaram uma camisa e o pau já começou nas redes sociais. A mágoa dessa torcida está grande e é preciso muita coisa para amenizar os ânimos. Achei a camisa que apresentaram – com um V de Vingança no meio – feia pra caralho. Mas, como repetiria Hegel, De gustibus non est disputandum. Por mim, se lançarem a clássica com listras verticais, me dou por satisfeito. Mas temos que ser honestos: o escudo com escamas de cobra ficou arretado demais.

O grupo de atletas está se apresentando e treinando. 14 jogadores já começaram os preparativos e o resto vai chegando aos poucos. Walter está todo animado. Vai ser cana. Tem muita gente da base. Parece consenso que é preciso mesclar essa juventude e inexperiência toda com gente mais experiente.  Espero que Jordan permaneça. Tem jogador que, sinceramente, nunca ouvi falar. Como gato escaldado tem medo de água, só darei uma opinião sobre o elenco quando começar a pré-temporada.

Dudu Mandai, de 28 anos, lateral-esquerdo, foi contratado. Estão sondando o retorno de Memo.  Tem experiência, isso é fato. Estava no futebol indiano na primeira divisão. Sacaram? Samir…Memo…Índia…Brisa de Alegria…Bora ver.

Isso é o que chamo de contornar a tempestade: falar de coisas boas em meio a um turbilhão de desacertos. Mas ser tricolor coral das bandas do Arruda sempre foi isso: acreditar, torcer e amar, sempre, o nosso Santinha. Na alegria ou na tristeza, na saúde ou na doença. Eita casamento louco da porra.

Salve meu Santinha!

A máquina mistério.

A Central do Santa compartilhou esse meme genial nas redes sociais. Fred, do desenho Scooby-Doo, desmascara o monstro, Joaquim Bezerra, e revela o verdadeiro autor das lambanças: ALN. Parece a tradução de uma velha ideia que venho matutando há algum tempo: na verdade, Frutuoso foi coordenado por Joaquim Bezerra para montar o ProSanta  e ter o apoio do IPC (Intervenção Popular Coral).Tudo com o intuito de se tornar presida por uma via alternativa e obscura.

O esquema era fazer com que a torcida acreditasse nesse papo de renovação, mudança do estatuto, conquistas e crescimento do clube. Mas, por trás de tudo isso, como um mestre das marionetes, Joaquim e ALN estavam articulando um retorno indireto à presidência do Santa Cruz. Posso estar delirando em uma teoria da conspiração maluca, mas o retorno de Joaquim à presidência parece indicar isso mesmo. Algo para a galera da Máquina Mistério resolver.

O retorno dos que não foram se tornou a tônica de nossa realidade. Medalhões como ALN, João Caixeiro, Rodolfo Aguiar e Mirinda estão, mais uma vez, de volta e no comando do navio à deriva. E o capitão, pasmem, continua sendo Joaquim Bezerra.  O ProSanta, além de já ser reconhecidamente a pior gestão de todos os tempos do Santinha, foi o maior engodo que aportou em terras corais das bandas do Arruda.

ALN teve seus altos e baixos, mas foi muito fraco. Entretanto, o pior não é isso. É que a galera fervorosa do ProSanta dizia que jamais teríamos um retrocesso na gerência do clube. “Você quer ALN de volta, é?”, era o que os defensores da “mudança” esbravejavam aos quatro cantos do mundo. Eita porra! Que balela arretada.

Por outro lado, em meio ao caos total, dizem as boas línguas que alguns empresários corais estão dispostos a ajudar o Santinha. Gente grande da Pitú, da Masterboi, da Kicaldo e da Tupan. De boa, só acredito vendo. Em matéria de Santa Cruz, tornei-me um Tomé fervoroso.

As tretas e equívocos se multiplicam: Série D, renúncia que só a porra, o IPC rachou com o ProSanta, marketing morto, o estádio entregue às traças, fora do G20 do Timemania e uma zona generalizada nas categorias de base.

Essa galera dos SUB demonstra quão profunda é a incompetência do ProSanta. E teve, agora, a treta com o Retrô no sub-13. A confusão entre os dois clubes parece que é de longa data. Animosidade é a tônica. Gustavo Jordão, diretor do Retrô, disse em entrevista ao GE que foi humilhado e mal tratado pelo Santa Cruz – juntamente com o presidente Laércio Guerra – quando do primeiro jogo entre os dois times no Arruda.

Daí deram um troco para lá de feio e desrespeitando lei federal que rege a relação com os atletas de 13 anos: impediram, no jogo no CT do Retrô, que os pais dos jogadores e parte da comissão técnica entrassem em campo.

Caramba, minha amiga e meu amigo tricolor coral, até em jogos de base temos que conviver com essas babaquices. Inacreditável.

De minha parte, e para não me estressar mais e manter a sanidade mental, a partir de agora só volto a falar do ProSanta quando os jogos começarem. Escreverei sobre outros temas do Mais Querido porque, vamos combinar, o ProSanta já deu faz tempo. Ninguém tem mais saco para esse papo furado dessa galera. Vamos falar de Walter e de cachaça, das contratações que nem sabemos quem são, de como reviver o Arruda e como será 2022.

E, como sempre, salve o nosso Santinha!

Na reta final.

O Botafogo realizou o sonho de qualquer torcedor ou torcedora ao garantir o acesso à Série A. Imagino a alegria – uma coisa que faz tempo que não sentimos por aqui – que a torcida deve estar sentindo agora após esse feito.

Em terras pernambucanas, o Íbis Sport Club conseguiu também subir e ano que vem disputa a primeirona do pernambucano. E segure a greia para quem perder do pássaro rubro-negro.

Na contramão dessa alegria, o São Paulo recebeu líderes das organizadas para que Ceni e companhia expliquem a má campanha do time esse ano. O Cruzeiro, assim como o Capibaribe, não possui mais chance de acesso. Continuarão na Série B. O Do Recife está mais lascado do que nunca e o abismo se aproxima a passos largos. Tomara.

E o que está acontecendo, nesta reta final do ano, pelas bandas do Arruda? Creio que nossa torcida consegue perceber como deve estar sendo difícil para repórteres esportivos produzirem conteúdo sobre o Santinha. Culpa de quem?

As notícias que temos são quase sempre desalentadoras. No Twitter, torcedores denunciam uma velha prática: times de pelada estão alugando o Arruda. Se não bastassem as denúncias de abandono do nosso patrimônio, querem lascar ainda mais o já lascado gramado.

E o papo é quase sempre político, já que esses ineptos não elaboraram nenhum planejamento durante esse recesso forçado por causa de tanta incompetência. Nenhum amistoso. Nada. Chega a ser inacreditável.

Disseram que Joaquim Bezerra não volta mais. Foi tarde. Parece que estão fazendo diversas reuniões para fecharem com um nome. Mas isso é papo para boi dormir. O Estatuto não permite essa saída.

Segundo o regimento do clube, a saída de Joaquim Bezerra  deve implicar em eleição indireta. Marino Abreu, o presidente em exercício, deve convocar e viabilizar novas eleições por meio do Conselho Deliberativo ou o plenário do Conselho delega tal atribuição a uma Assembleia Geral de Sócios.

Só o ProSanta mesmo para conseguir esse feito. Uma zona generalizada. O pior é escutar o boato de que o nome de ALN é o mais forte para assumir a presidência. Parece até brincadeira. A galera de Frutuoso, se pintando de vanguarda, conclamando a mudança e a melhoria do Santa Cruz, nada mais fizeram do que colocar Joaquim no poder e agora, no pior de todos os cenários, prepara o retorno daquilo que eles diziam ser o atraso encarnado.

Evidente que não dá para concordar com a torcida invadindo o escritório do advogado e destruindo tudo. Essa irracionalidade é, antes de tudo, criminosa e não resolve nada. Essa libido tem que ser bem direcionada. É hora da torcida se organizar para, realmente, decidir pelo futuro do Mais Querido.

Organização política é muito importante para que possamos sopesar a porrada de erros cometidos e ter racionalidade, maturidade e inteligência para traçarmos estratégias afirmativas que possam nos colocar nos trilhos novamente.

Que somos loucos de paixão pelo Santinha é algo inegável. Mas temos que usar esse amor de maneira ativa em benefício do Santa Cruz e só para ele. Fora Joaquim. Jamais ALN. O ProSanta conseguiu não apenas enterrar o nosso clube, mas enterraram a si mesmos e qualquer capital político que tinham. Hasta la vista, despreparados!

Que venham sangue novo, ideias novas, amor verdadeiro e ações inteligentes para retomarmos nosso passado de glórias.

E viva o Santinha!

Amor na veia.

Eu tinha 5 anos de idade quando meu pai me levou, pela primeira vez, ao Arruda. Uma das lembranças mais fortes de minha infância, no Mundão, foi um drible fantástico que o lateral Pedrinho deu em cima de um atacante do Remo dentro da pequena área. O estádio foi ao delírio.

E como não se lembrar da Churrascaria Colosso e aquele cheiro único de carne assada que exalava para todo lado e domava nossa mente com um poder absoluto? Eu comecei a beber com 12 anos e ir ao Colosso, a partir de então, se tornou quase um ritual religioso. Assim como gritar pelo cara que vendia a Brahma Chopp, aquelas garrafas gordinhas, e que despejava de uma vez o líquido precioso no copo de plástico.

Um jogo memorável, que fui com meu pai, foi a inauguração da arquibancada superior. Era uma multidão absurda se espremendo com um orgulho danado pelo novo espaço. Até parecia que o concreto balançava e a galera, com medo,  começou a gritar “Vai cair! Vai cair!” e era gente correndo para tudo que era lado.

Meu pai, meus irmãos e eu fomos ver o clássico contra o Palmeiras. Quem esteve nesse jogo deve ter se sentido como se estivesse no meio do Galo da Madrugada na Guararapes. Era um espremido só. Vimos o jogo lá de cima. Era impressionante a quantidade de tricolores corais das bandas do Arruda se contorcendo para tentar acompanhar a partida.

Já escrevi aqui quando estava entrando no Arruda e a Jovem veio correndo para me dar porrada porque eu tinha cabelo comprido e queriam, mesmo, era matar Mancuso. Foi o momento mais tenso que tive em um jogo. Gritavam “Olha o fdp do Mancuso ali, bora pegar ele!” e tome carreira. Por sorte, consegui correr mais do que o Usain Bolt e sai ileso.

Quando o Santinha tirou o cabaço do Do Recife, a coisa, nesse jogo, a Inferno invadiu o campo. Era um delírio coletivo gigantesco. Vi algumas pessoas pulando para dentro de campo, saltando sobre o fosso, e uns espertinhos roubando relógio e trancelim da galera que quase se fode caindo fosso abaixo. Loucura arretada.

E o que falar daquela multidão ensandecida que se espremeu como loucos para ver o jogo de acesso contra o Betim? Dizem que tinha umas 60 mil pessoas. Nem com a porra tinha menos de 80 mil pessoas ali. A entrada foi esquizofrenia pura. Um maluco tentou cortar a multidão em seu carro para entrar no estádio. Um senhor foi quase esmagado pelo veículo e deu um soco no capô do carro. Um policial chegou batendo no senhor que, assim que levou o primeiro empurrão, sacou da carteira, empunhando sua identificação, e berrou “Sou capitão da PM. Você está preso”. E não é que prenderam o policial na hora?!

O gol de Caça-Rato no final do segundo tempo levou a torcida a um delírio inacreditável. A charanga da Inferno cadenciava o êxtase coletivo. Parecia um ritual de povos primitivos em sintonia com as deusas mais poderosas.

O meu pai me ensinou 3 grandes amores: amor à vida, amor aos amigos e amor ao Santinha. De minha mãe herdei o amor à Literatura, à Filosofia e ao ato de escrever. Tudo isso me formou e me forma, dá sentido à minha existência.

Morar perto do Pátio da Santa Cruz é algo que me enche de um orgulho metafísico. Foi aqui que nasceu o Santa Cruz, esse clube do povo. Impressionante como o Mais Querido ocupa um lugar de tanta relevância e importância em minha vida. Muitas lembranças revestidas de muito amor e de uma paixão gigantesca que não precisa de explicação, apenas é em si mesma.

Ansioso pelo retorno de nosso passado de glórias. Haja paciência diante de tanta incompetência e más intenções. Mas sou um otimista nato e não tenho dúvidas: essa imensa torcida será nossa ponte de salvação. Lembrar é um ato de redenção, de amor por aquilo que vale a pena. Lembrar para nunca esquecermos quem realmente somos.

Sou Santa Cruz de corpo e alma e serei sempre de coração!

Twitter e traças.

Agora estamos no Twitter, meus amigos e minhas amigas tricolores corais. Se você usa essa rede social, dá uma entrada lá, pesquisa Blog do Santinha ou #jcmup80 e segue a gente que te seguimos de volta. É mais uma maneira de interagir com a torcida mais apaixonada desse Brasil e saber dos bastidores do clube e o que estão fazendo ou não fazendo pelas bandas do Arruda. E o que há de gente irada com os desmandos da atual gestão não é brincadeira.

Enquanto isso, no mundo real e concreto, paira no ar o temor de que estão enterrando o Santinha em definitivo. É tanto bate cabeça da direção que esse medo se espraia em quase todo discurso que vejo nas redes sociais. E não é sem sentido esse sentimento.

Passei um dia desses no Arruda para ver de perto o que estão postando: a fachada, tão decantada como promessa de campanha, está absurdamente entregue às traças. Na verdade, o Santa Cruz está todo entregue às traças. O setor de atendimento aos sócios parece escola abandonada. Creio que vocês viram os vídeos. É um abandono gigantesco que dói na alma.

Tem sócio do interior reclamando que compra camisa e o produto não chega. Ou que tem que vir ao Recife pegar a encomenda. A Comunicação simplesmente não existe. Isso se tornou claro quando fomos comprar os ingressos para o jogo contra o Floresta. Precisou a Inferno orientar a torcida. E nada mudou.

Saímos do G20 da Timemania. O Marketing é nulo. Não há um programa sério de cooptação de sócios. Também, com esse caos todo é meio difícil mesmo. E qual é mesmo o nosso patrocinador master? Tem?

Incrível como não pensaram, durante esse período sem campeonato algum para disputar, em organizar amistosos. Porra, essa torcida é doida. Fomos em massa ver treino no campo de Rio Doce, imagina qualquer jogo minimamente organizado?! Seria uma maneira de manter o time em contato com a torcida e arrecadar alguma grana extra. Mas todo mundo de férias forçadas e uma porrada de salários atrasados.

Por falar em redes sociais, meu amigo e poeta, Pietro Wagner, postou essa foto que emoldura esse presente texto. Ele escreveu a seguinte mensagem: “Essa máquina de escrever foi de meu avô. Tá se acabando na ferrugem porque não sei onde restaurar. É uma lembrança importante pra mim, já que significa, bem pra mim, que gostar de escrever eu não inventei. Mas o que é imortal tá lá atrás, desfocado porque é assim o momento hoje desse time. Vilipendiado e jogado à infâmia por quem nem merece dizer que é tricolor. Mas o Santa Cruz é gigante e imortal. Vai sobreviver à destruição sistemática que esses caras que estão lá fazem com a perfeição maldita dos bolsonatos, escola terrível e fatal que está no poder, infelizmente. Mesmo que se em algum momento a tragédia aconteça de vez, a imensa e fiel massa coral sempre será Santa Cruz de corpo, alma, coração e vida. Eis o que sou. Santa Cruz até morrer”.

Que encontremos logo uma oficina de restauração para retirarmos as ferrugens que corroem o Santinha e parecem querer nos afundar em um ostracismo perverso. Só assim evitaremos esse hiato de hesitação que o texto do poeta demonstra. Que esses senhores egoístas, centrados apenas na porra dos seus bolsos, descolados dessa paixão atávica possam sumir de vez. Que não acreditemos em aventureiros sem conhecimento algum do futebol com seus projetos pessoais de vaidade. Que possamos expurgar esses destruidores do mapa e encontrarmos uma saída urgente para nosso amado clube. Que o verbo vilipendiar seja enterrado e que só ele, e apenas ele, seja celebrado amanhã, dia 2 de novembro, dia dos mortos. Pois o Mais Querido, como diz o texto, é imortal!

Salve o nosso Santinha!